domingo, 17 de outubro de 2010

O Dia em que a Morte Chorou


A noite estava fria,
Para aquela alma vazia
No relógio já passava de meia-noite,
Quando ela surgiu com sua foice
Havia chegado sua hora de ir,
Contudo ele não queria partir
E ela? Com seu negro manto,
Nem se importava com seu pranto
Para ela, era comum tal situação,
Para ele, era uma experiência sem emoção
Ela parecia não se abalar,
E ele não parava de chorar
Ela segurou seus braços com suas frias mãos,
Foi quando sem querer sentiu seu coração
Nunca havia sentido isto em sua profissão,
Pois sempre seguiu ordens, nunca razão
Repentinamente ela então percebeu
O erro que quase cometeu,
Não podia levá-lo dali,
Porque ele tinha uma tarefa a cumprir
Foi quando algo inexplicável ocorreu,
No rosto dela uma lágrima desceu
Espantado ele ficou com aquilo que ocorria,
Aquele choro não parecia ter motivo
Qual motivo a levaria chorar por um vivo?
Nada ele podia fazer a respeito,
Pois esta visita, ninguém havia lhe feito
Também pudera, ele não conhecia a morte
Mais parecia que ia mudar sua sorte
Com a chegada daquele momento de aflição,
Por piedade ele segurou suas mãos
Deixando que o coração o levasse,
Beijou aquela fria e bela face
Ela não disse o porquê estava triste,
Mas ele percebeu que algo nela existe,
Poderia ser um coração frio que esquentava,
Ou dentro dela uma boa alma ainda reinava
Quando ela partiu, ele percebeu que a Morte era bela
Passando então a dormir sem fechar a janela
Pois a Morte voltaria, disto ele estava certo,
E agora dentro dela algo bom foi aberto.

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